quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Bicentenário da Revolução Republicana em Pernambuco

SOBRE O SELO
O selo comemorativo ao Bicentenário da Revolução é uma releitura do selo do Centenário, de 1917. Os elementos como a ortografia, o padrão monetário e as datas foram atualizados, além da menção “BICENTENÁRIO”. No centro do selo, a bandeira passa a ser representada com suas 5 cores originais: o amarelo, o azul escuro, o branco, o verde e o vermelho. À esquerda, o brasão do Estado de Pernambuco, menção “BICENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO REPUBLICANA EM PERNAMBUCO” e o valor facial; à direita, a menção “1817 – 2017” e a legenda “BANDEIRA DA REPÚBLICA DE 06 DE MARÇO DE 1817”, tal qual em 1917, e o valor facial. A técnica utilizada foi ilustração vetorial. Capa do edital: Bênção das Bandeiras da Revolução de 1817, óleo sobre tela de Antônio Parreiras. 

Lançamento 31 de agosto de 2017

Bicentenário da Revolução Republicana em Pernambuco

Em 6 de março de 1817 eclodiu no Recife, Pernambuco, uma revolução republicana. Este movimento é um dos capítulos mais importantes da história do Brasil. Além de Pernambuco, a nova república recebeu também o apoio da Paraíba, do Rio Grande do Norte e de parte do Ceará.


A Revolução Republicana de 1817 se destaca não só por ter sido o primeiro movimento efetivo para a independência do Brasil, mas também porque foi a única insurreição anticolonial que conseguiu tomar o poder em toda história da monarquia portuguesa.

A capitania de Pernambuco, por aquela época, encontrava-se pesadamente sobrecarregada de tributos. Boa parte do que se arrecadava no porto do Recife era transferido para cobrir os custos crescentes da corte do rei Dom João VI, que havia se instalado no Rio de Janeiro desde 1808. A monarquia absolutista era o alvo das críticas dos pensadores iluministas. As ideias libertárias já haviam detonado movimentos como a Independência dos EUA, a Revolução Francesa e a Revolução do Haiti, todos com profundo impacto no cenário político latino-americano. Em Pernambuco, estas ideias chegavam com os estudantes universitários que retornavam da Europa ou em diversas publicações que circulavam clandestinamente. As lojas maçônicas funcionavam como difusoras do ideário ilustrado. O Areópago de Itambé e as academias do Paraíso e do Cabo eram alguns destes locais secretos de reuniões onde se conspirava pela liberdade.

No dia 7 de março de 1817, formou-se um governo provisório composto por cinco representantes dos diversos setores da sociedade local: Domingos José Martins (Comércio), Domingos Teotônio Jorge (Militar), padre João Ribeiro (Clero), José Luís de Mendonça (Magistratura) e Manuel Correia de Araújo (Agricultura). O governo provisório tomou várias providências legais para garantir os direitos da cidadania e as liberdades individuais. Enquanto não fosse possível reunir uma assembleia constituinte, a república seria regida por uma lei orgânica com 28 artigos. Essa lei definia os princípios básicos do funcionamento do governo e dava, entre outras coisas, garantias da liberdade de imprensa e de religião. A nova república aboliu o uso do pronome de tratamento “vossa mercê”, estabelecendo que os cidadãos deveriam se tratar por “vós” ou por “patriota”. Os revolucionários de 1817 desejavam ainda abolir a escravidão gradualmente, uma precaução necessária para um movimento que dependia do apoio de grandes proprietários de escravizados. 

O governo provisório enviou para os Estados Unidos um representante diplomático, Antônio Gonçalves da Cruz, o Cabugá. A missão de Cruz Cabugá era adquirir armamentos e embarcações, recrutar oficiais militares para comandar as tropas pernambucanas e conseguir apoio do governo norte-americano. Num segundo momento, trataria de encontrar meios para resgatar Napoleão Bonaparte do exílio na distante ilha de Santa Helena. Os primeiros objetivos foram alcançados, embora, ao chegarem a Pernambuco, os reforços enviados por Cabugá já encontraram a república derrotada.

Uma outra providência foi a criação de uma bandeira para o novo país. Ela era composta por um fundo azul e branco. Sobre a faixa azul, figuravam um arco-íris (símbolo da união), três estrelas (representando Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte) e o sol da liberdade. Sobre a faixa branca, uma cruz vermelha fixava o catolicismo como religião de
Estado. Em 1917, por sugestão do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano – IAHGP, a bandeira revolucionária de 1817 foi adotada como bandeira do Estado de Pernambuco. Na ocasião, os Correios emitiram um selo alusivo ao centenário da Revolução, sem dúvida, o motivo principal do lançamento de 100 atrás foi a própria adoção da atual bandeira em 06/03/1917 como um dos símbolos do Estado. A bandeira é a melhor representação para identificar um povo e um território e o selo foi, então, um veículo excelente de divulgação. Contudo, em vista das limitações técnicas de impressão da época, o selo fora emitido numa única cor, o azul. Para homenagear o Bicentenário da Revolução Republicana em Pernambuco e, indiretamente, o centenário da primeira emissão comemorativa a data, os Correios mais uma vez, por meio de importante emis-
são filatélica, celebra relevante fato histórico não apenas para o Estado de Pernambuco, mas para todo o país.

Comissão Organizadora do Bicentenário da Revolução Pernambucana de 1817

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